A kills B - GRAPHIC SCORE
Sobre um céu revolto / fala enquanto dorme / de um mar oblíquo

A kills B - POEM
Sobre um céu revolto / fala enquanto dorme / de um mar oblíquo
(re-arranged from a poem in The Book of Urizen by William Blake)

Firme e denso. Grandioso mundo um.

Ergueu-se das águas e vagas vastas as apartei.

Poder meu. Cessam sem cair.

Liquefeitos torrentes em, mas ventos

implacáveis os dominei. Sou eu e eu era!

Vazio no equilíbrio estendido.

Natureza do seio vasto e nu. Nada o era. Onde.

Fim sem negro, agreste, vazio imenso um.

Consumido, o fogo contra o primeiro lutou.

Chamas perpétuas, em viver porquê?

Desejo vosso, será morrer porquê?

Mudança isenta de alguma solidez.

Liberta, dor de, alegria numa busca.

Porvir dos dias reservados.

Soturna reflexão embrenhada e encoberto

sacrossanto refúgio meu, na morada eterna

sombria solidão, minha da/na fundura.

Montanhas de cumes, porque ressoam?

Estrondos como articuladas palavras.

A trovejar, confusão escorrendo, que iam.

Águas e treva, nuvens de plenos já.

Gelados desertos em reunião.

Eternidade, número grande, que soa pela trombeta.

Espaço imenso no ente solitário do nome.



A KILLS B - VINYL EDITION 2010
Sobre um céu revolto / fala enquanto dorme / de um mar oblíquo
Produced by A kills B and Appleton Square


Vinyl in silkscreen print cover / edition of 20 + 10 A/P

SIDE A 18’ 27”
Piano / Filipe Raposo
Double bass / Yuri Daniel
Drums / Carlos Miguel
Sound effects / João Ferro Martins

SIDE B 8’ 39”
Vocals / Hugo Canoilas
Sound effects / João Ferro Martins

General Information

Sound / Joaquim Monte
Namouche Studio, Lisbon
Design / Pedro Falcão
Silkscreen printing / Nuno Bettencourt
Atelier Arte e Expressão, Caldas da Rainha
Curator / Maria do Mar Fazenda

For the first track, a jam session with several musicians was conducted from a ‘graphic score’ – as if it was an undulating landscape, something between the aerial and the desert. The classically structured music of the jazz musicians underwent two breaks or deconstructions.

The second track consists of a poem by William Blake re-wrighten in a backwards process. The poem becomes more concrete in this attempt to break with language and to make it autonomous. It then reaches the body like the sound of a drum.